sábado, 17 de dezembro de 2011

Aula de português

A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, equipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Plano de Aula


Centro de Ensino Fundamental
Professor: Talita Araújo, Jaqueline de Souza, Janeth dos Anjos
Série: 6 Série do 7̊ ano
Turma: A
Disciplina: Português
Data: 15/12/11

Assunto Central: As possíveis causas da falta de domínio da norma culta no ensino fundamental

Objetivos

Ajudar o aluno a ter o habito da leitura e da escrita, a identificar as variedades linguísticas, e usá-las em seus lugares apropriados.

Conteúdo

1.    Variações da oralidade da língua portuguesa.
2.    Regionalismos
3.    Transferências da oralidade para a escrita

Procedimentos

·       Apresentação

Os professores disponibilizam materiais didáticos que possam auxiliar o aluno na sala de aula.
Ex: Mostrar e pedir aos alunos que vejam vídeos específicos e charges. Façam a leitura de textos e os analisem.

·       Desenvolvimento

O professor observa a discussão dos alunos em grupo e esclarece as possíveis duvidas. Os alunos registram e apresentam as conclusões da analise feita.

·       Integração

Um grupo apresenta suas conclusões por vez. O professor e o resto da turma ouvem e registram os pontos essenciais das conclusões dos grupos e na medida do possível dão seus pontos de vista sobre aquilo que esta sendo apresentado. Por fim o professor proporciona um retorno das apresentações.

Recursos

Quadro de giz, textos, revistas, jornais, televisão e aparelho de DVD.

Avaliação

O professor avaliará o alcanço dos objetivos utilizando a seguinte lista de controle:

Ótimo - Se o grupo souber identificar onde estão no texto as variações regionais e em que regiões elas se manifestam.

Bom - Se o grupo não for capaz de identificar todas as variações regionais, mas pelo menos 70% delas.

Regular - Se o grupo não for capaz de identificar a maioria das variações regionais, mas pelo menos 50% delas.

Ruim - Se o grupo não for capaz de identificar a maioria das variações regionais, mas pelo menos 30% delas.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Nois Não Vive Sem Muié - Gilberto e Gilmar


I si o mundo revirá 
Nóis agarra no barranco
I si o carro enguiçá
Nóis arranca ele no tranco
Si o dinheiro acabar
Nóis levanta mais no banco

(Refrão)
Mais só não pode é acabar com as muié
Nóis não vive sem muié
Nois é doido por muié

Si a careca aumentar
Nóis arranja uma piruca
Si o meu time não ganhar
No juiz nóis põe a culpa
Si a vida amarga
Nóis adoça com açucar

REFRÃO

Si a canoa afunda
Nóis travessa o rio a nado
Si a enxada enferruja
Nóis carpina de machado
Si o chuveiro não esquenta
Nóis toma banho gelado

REFRÃO

Si o alicate não arranca
Nóis arranca com o dente
Si a inflação aumentar
Nóis derruba o presidente
Si a patroa esfriá
Nóis arranja outra mais quente

REFRÃO

Si o capeta aparecer
Nóis reza uma Ave Maria
I si a reza não valer
Nóis dispara na corrida
I si as pernas endurecer
Nóis enfrenta ele na briga.

REFRÃO

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Análise


A professora fala do fato dos alunos não darem o devido valor à leitura e menciona as principais causas, que são a desmotivação e indisposição, lembrando que essa motivação que ela pressupõe, não tem que vim só da escola/ aluno, professor/aluno, mas sim principalmente dos pais, pois por mais que o professor seja dedicado ao dar suas aulas, ele precisa que os pais também os incentivem, pois os filhos são o espelho dos pais, se os filhos notam desde pequenos que seus não praticam a leitura e a escrita e ainda sobrevivem, eles vão entender que então não tem muita importância para nós cidadãos.
Segundo ela, é preciso haver reformas como: aulas mais atrativas, motivações, projetos com as comunidades, sim concordo com essa questão, mas também devo lembrar que nem sempre a escola tem condições de fazer tais projetos, como por exemplo, algumas escolas públicas, assim sendo difícil não só para o professor dar suas aulas, mas também para o próprio aluno compreenda o que está se passando, infelizmente ainda é essa a realidade do povo Brasileiro.
  Ela diz que a fala deve se adequar a situação, relacionando a situação social do cotidiano, mas no caso dos alunos, como eles ainda estão em fase de aprendizagem.






A professora mostra com sua própria experiência, que a metodologia de ensino da língua materna está defasada. Ensinar os alunos que a norma culta é a correta a ser seguida, e não abranger as variações duma língua prioritariamente falada, demonstra a inibição do sistema educacional;  sistema que a cada ano vem tentando cultivar o respeito à língua e a importância da leitura. Com esses motivos soma-se o despreparo que os professores da rede de ensino do Brasil tem no tratamento das variações lingüísticas, perceptível na falta de apoio recebido pela professora com o projeto Ligando Idéias.
A tradição no que se refere à rejeição das variações poderia ser rompida há muito tempo, se não existia uma resistência das minorias em aceitar a ascensão da maioria falante da língua. O que há é uma imposição meramente social da classe altamente “culta” às classes historicamente “desprovidas de intelecto”;  restando a dúvida do que haverá por trás dessa imposição.
A escola é o primeiro terreno fértil para que a revolução no ensino da língua materna aconteça de forma eficiente, garantindo um futuro mais verossímil no  tratamento dado à língua falada.






De acordo com o depoimento de uma professora não podemos aceitar que o aluno chegue ao ensino médio sem que tenha o domínio da língua culta. Ela afirma que devido ao extenso conteúdo da disciplina Língua Portuguesa, que chega até a ter repetições, temos que esperar dos alunos que saibam se expressar na norma culta com desenvoltura e segurança. Porém, a docente não atribui nenhuma culpa da deficiência no trato da norma culta aos alunos. Segundo o seu entendimento a culpa é dos professores e para sanar o problema é necessária uma dedicação muito grande dos professores, dedicação esta associada ao prazer de ensinar. Se não houver prazer no ato de ensinar o resultado não será bom. 
        Questionada sobre a leitura, a docente explicou que incentiva seus alunos a lerem com muita frequência e a fazer um diário contando suas experiências. A professora trabalha com uma ciranda de livros, o que auxilia muito o aprendizado dos alunos, pois eles precisam ler livros de uma lista e não apenas os livros didáticos. Após a leitura, os alunos respondem a questões sobre assuntos descritos no livro. O diário tem por objetivo aumentar a criatividade dos alunos e por isto não tem os seus erros de português corrigidos. O que interessa nesta situação é fazer com que os alunos tomem gosto pela escrita. Esta atividade tem dado bons resultados, pois os alunos, com o passar dos meses, tendem a escrever um número bem maior de linhas no diário.
        Foi importante também indagar se o aluno que tem mais conhecimento da norma culta menospreza os que não possuem o mesmo conhecimento. A docente explicou que isto não acontece. Mesmo tendo alunos de diferentes níveis sociais, a escola não encontra problemas de nenhum tipo de discriminação. A escola promove a integração entre todos os alunos, independentemente de suas condições sociais e pratica a filantropia. Isto tem dado bons resultados e os pais de vários alunos doam os materiais para alunos provenientes de famílias de menor poder aquisitivo quando termina o ano letivo. Alguns pais revendem o material. No começo do ano a escola assegura que os alunos que tiverem falta de algum material, ou vestuário, obtenham estes objetos, a fim de que fiquem em condições de igualdade com os outros alunos.
        Diante destas explicações muito bem colocadas e esclarecedoras da docente chegamos à conclusão de que a escola tem feito o possível para que o aluno saia de um nível de pouco conhecimento para um conhecimento bem elevado da língua portuguesa. A escola está procurando corrigir as deficiências que o ensino da língua portuguesa porventura tenha apresentado. Para isto incentiva a leitura de livros a mais, não se limitando aos livros didáticos, e incentiva também que os alunos respondam a perguntas sobre os temas tratados nos livros. Além disto, a escola orienta os alunos a escreverem um diário contando suas experiências. É importante destacar que a professora não corrige os erros de português que aparecem nesses diários. Isto tem um fundamento, que é deixar o aluno à vontade, sem inibições, a fim de que possa expressar os seus sentimentos e a sua criatividade. Com isto, o aluno vai tomando gosto pela escrita e com o auxílio da leitura de livros, vai aprimorando o conhecimento da norma culta e passa a escrever textos com melhor qualidade. Outro ponto que merece destaque é o fato de a escola incentivar a interação entre os alunos , independentemente de qual seja sua classe social.  Isto faz com que os alunos que não têm muito conhecimento da norma culta, e por isto ao falar cometem deslizes, não se sintam inferiores. Também na questão de providenciar o material para os alunos pertencentes às classes menos favorecidas a escola age com muita sabedoria, pois é essencial que no ambiente escolar não haja espaço para nenhum tipo de discriminação. Então, podemos concluir que a escola está proporcionando boas condições para que os alunos consigam melhorar tanto a sua fala como a sua escrita.