A
professora fala do fato dos alunos não darem o devido valor à leitura e
menciona as principais causas, que são a desmotivação e indisposição, lembrando
que essa motivação que ela pressupõe, não tem que vim só da escola/ aluno,
professor/aluno, mas sim principalmente dos pais, pois por mais que o professor
seja dedicado ao dar suas aulas, ele precisa que os pais também os incentivem,
pois os filhos são o espelho dos pais, se os filhos notam desde pequenos que
seus não praticam a leitura e a escrita e ainda sobrevivem, eles vão entender
que então não tem muita importância para nós cidadãos.
Segundo
ela, é preciso haver reformas como: aulas mais atrativas, motivações, projetos
com as comunidades, sim concordo com essa questão, mas também devo lembrar que nem
sempre a escola tem condições de fazer tais projetos, como por exemplo, algumas
escolas públicas, assim sendo difícil não só para o professor dar suas aulas,
mas também para o próprio aluno compreenda o que está se passando, infelizmente
ainda é essa a realidade do povo Brasileiro.
Ela diz que a fala deve se adequar a
situação, relacionando a situação social do cotidiano, mas no caso dos alunos,
como eles ainda estão em fase de aprendizagem.
A professora mostra com sua própria
experiência, que a metodologia de ensino da língua materna está defasada.
Ensinar os alunos que a norma culta é a correta a ser seguida, e não abranger
as variações duma língua prioritariamente falada, demonstra a inibição do
sistema educacional; sistema que a cada
ano vem tentando cultivar o respeito à língua e a importância da leitura. Com
esses motivos soma-se o despreparo que os professores da rede de ensino do
Brasil tem no tratamento das variações lingüísticas, perceptível na falta de
apoio recebido pela professora com o projeto Ligando Idéias.
A tradição no que se refere à rejeição
das variações poderia ser rompida há muito tempo, se não existia uma
resistência das minorias em aceitar a ascensão da maioria falante da língua. O
que há é uma imposição meramente social da classe altamente “culta” às classes
historicamente “desprovidas de intelecto”;
restando a dúvida do que haverá por trás dessa imposição.
A escola é o primeiro terreno fértil
para que a revolução no ensino da língua materna aconteça de forma eficiente,
garantindo um futuro mais verossímil no
tratamento dado à língua falada.
De acordo com o depoimento de uma professora não
podemos aceitar que o aluno chegue ao ensino médio sem que tenha o domínio da
língua culta. Ela afirma que devido ao extenso conteúdo da disciplina Língua
Portuguesa, que chega até a ter repetições, temos que esperar dos alunos que
saibam se expressar na norma culta com desenvoltura e segurança. Porém, a docente
não atribui nenhuma culpa da deficiência no trato da norma culta aos alunos.
Segundo o seu entendimento a culpa é dos professores e para sanar o problema é
necessária uma dedicação muito grande dos professores, dedicação esta associada
ao prazer de ensinar. Se não houver prazer no ato de ensinar o resultado não
será bom.
Questionada
sobre a leitura, a docente explicou que incentiva seus alunos a lerem com muita
frequência e a fazer um diário contando suas experiências. A professora
trabalha com uma ciranda de livros, o que auxilia muito o aprendizado dos
alunos, pois eles precisam ler livros de uma lista e não apenas os livros
didáticos. Após a leitura, os alunos respondem a questões sobre assuntos
descritos no livro. O diário tem por objetivo aumentar a criatividade dos
alunos e por isto não tem os seus erros de português corrigidos. O que
interessa nesta situação é fazer com que os alunos tomem gosto pela escrita. Esta
atividade tem dado bons resultados, pois os alunos, com o passar dos meses,
tendem a escrever um número bem maior de linhas no diário.
Foi
importante também indagar se o aluno que tem mais conhecimento da norma culta
menospreza os que não possuem o mesmo conhecimento. A docente explicou que isto
não acontece. Mesmo tendo alunos de diferentes níveis sociais, a escola não
encontra problemas de nenhum tipo de discriminação. A escola promove a
integração entre todos os alunos, independentemente de suas condições sociais e
pratica a filantropia. Isto tem dado bons resultados e os pais de vários alunos
doam os materiais para alunos provenientes de famílias de menor poder
aquisitivo quando termina o ano letivo. Alguns pais revendem o material. No
começo do ano a escola assegura que os alunos que tiverem falta de algum
material, ou vestuário, obtenham estes objetos, a fim de que fiquem em
condições de igualdade com os outros alunos.
Diante
destas explicações muito bem colocadas e esclarecedoras da docente chegamos à
conclusão de que a escola tem feito o possível para que o aluno saia de um nível
de pouco conhecimento para um conhecimento bem elevado da língua portuguesa. A
escola está procurando corrigir as deficiências que o ensino da língua
portuguesa porventura tenha apresentado. Para isto incentiva a leitura de
livros a mais, não se limitando aos livros didáticos, e incentiva também que os
alunos respondam a perguntas sobre os temas tratados nos livros. Além disto, a
escola orienta os alunos a escreverem um diário contando suas experiências. É
importante destacar que a professora não corrige os erros de português que
aparecem nesses diários. Isto tem um fundamento, que é deixar o aluno à
vontade, sem inibições, a fim de que possa expressar os seus sentimentos e a
sua criatividade. Com isto, o aluno vai tomando gosto pela escrita e com o
auxílio da leitura de livros, vai aprimorando o conhecimento da norma culta e
passa a escrever textos com melhor qualidade. Outro ponto que merece destaque é
o fato de a escola incentivar a interação entre os alunos , independentemente
de qual seja sua classe social. Isto faz
com que os alunos que não têm muito conhecimento da norma culta, e por isto ao
falar cometem deslizes, não se sintam inferiores. Também na questão de
providenciar o material para os alunos pertencentes às classes menos favorecidas
a escola age com muita sabedoria, pois é essencial que no ambiente escolar não
haja espaço para nenhum tipo de discriminação. Então, podemos concluir que a
escola está proporcionando boas condições para que os alunos consigam melhorar
tanto a sua fala como a sua escrita.
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