quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Entrevistas II


Professora entrevistada: Patrícia Jardim Lobo de Carvalho Garcia
Coordenadora Pedagógica
Escola: Colégio Notre Dame 

1 – Como a senhora acha que os professores de português trabalham atualmente a questão da variação linguística e o ensino da gramática normativa? O que pode ter mudado em relação a isso nos últimos anos?

Resposta: O professor em geral, se você não incentivar, ele vai querer ensinar somente o básico. Nós tentamos mostrar para o professor que os alunos estão tão que ele tem que pegar todos os recursos possíveis, mas não somente o professor de português. Todos os professores.
Nós trabalhamos muito a gramática aplicada ao texto para incentivar o aluno a trabalhar através da leitura, da interpretação, da gramatização, o que a gente pode fazer pra incentivar na leitura ou no estudo nós fazemos.
A própria exigência dos vestibulares Nas escolas particulares, nós focamos os estudos para a preparação para a universidade, conforme ela for mudando o grau de ensino, por exemplo, se em uma das provas, ela por um gráfico numa prova de produção de texto e mandar o aluno produzir, ai nós temos que rever toda a nossa forma de trabalhar.

2 – Quais as possíveis causas  da falta de domínio da norma culta no ensino fundamental?

Resposta: Pra mim é inconcebível que o aluno não saiba a norma culta, os alunos aprendem isso da primeira a quinta série, no sexto e no sétimo ano aprendem tudo de novo, o oitavo e nono aprendem junto com a sintaxe, então é inaceitável que o aluno chegue ao ensino médio sem saber nada, e se chega à culpa é nossa, então por isso que o professor tem que trabalhar muito pra fazer valer, mas tem que fazer isso com prazer, pois, se não for com prazer não vai.

3 – A prática da leitura  ajuda a desenvolver habilidades de fala e escrita em usos formais? De que forma a senhora estimula isso nos alunos?

Com certeza. Primeiro escolhendo livros que estejam dentro do interesse dos alunos. Isso nos podemos fazer desde o primeiro ano. Aqui nós trabalhamos, do primeiro ao quinto, com a ciranda de livros, ou seja, além dos livros didáticos que eles têm que ler que estão na lista, semanalmente ou quinzenalmente dependendo da serie, o aluno tem que pegar um livro ai a gente tem uma apostila onde ali tem 25 tipos de perguntas que eles podem fazer ate mesmo ilustrativa onde a professora vai trabalhando “Desse livro você vai trabalhar os itens 2, 4, 5, 6, o outro livro os itens 1, 20, 13.” Tem coisa lúdicas, tem coisas mais de resumo, tem item que é pra fazer com a família. Então a gente incentiva desde cedo.
Outra coisa que a gente faz aqui é o diário. Todo fim de aula eles tem que escrever como foi o dia deles. Este diário a gente não corrige os erros de português. A gente percebe que no começo do ano eles escrevem somente umas três linhas no diário. No final eles já estão escrevendo umas 10 11 linhas e colocando as emoções deles, o que eles acham disso. Então a gente acha que é muito importante trabalhar com a criatividade no dia a dia deles.

4 – Professora, a senhora tem muitos alunos da periferia e do centro da cidade, que por sua vez fazem mais uso da norma culta da língua portuguesa; nestes casos existe uma certa rejeição por parte destes outros alunos em fazer amizade com aqueles?

Resposta: A nossa escola é filantropia, então nós recebemos todos os tipos de publico, mas em nenhum momento existe uma diferenciação, pelo contrario, a gente trabalha até com políticas. Vai chegando final de ano, os pais que querem doar os materiais nós aceitamos, tem pais que revendem. No outro ano, aluno chega, acabou o mês de fevereiro ele está sem livro, descobrimos que é filantropia, então a gente começa a dar livros, percebemos que ele só tem uma blusa de uniforme, a gente da outro uniforme. Nós fazemos isso justamente para que ele tenha todos os materiais que qualquer aluno tenha. 



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